20 de jan. de 2010

OLHARES

Casa. Portão de ferro, fechadura, chave, trinco.
Rua: Apacê. Pé na calçada de cimento, olhando pra baixo, buraco, poste, cimento, buraco, poste, buraco, cocô, matinho, árvore, guia sarjeta.
Olhando pros lados, não vem carro, asfalto áspero, buraco, asfalto macio, buraco tapado, outra sarjeta, outra guia, outra calçada.
Olhando pra frente, casas, comércios, postes. Olhando pra cima, nuvens, o sol, fios que se cruzam e se embaraçam, alto dos postes, prédios baixos, prédios altos, prédios pequenos, prédios grandes, sombra.
Mais a frente, poste e esquina.
Avenida Engenheiro George Corbisier. Uma avenida e carros, separados por faixas brancas e uma ilha no centro com árvores e um guard rail. Do outro lado mais carros no sentido oposto também separados por faixas brancas. Atravessando os dois sentidos, como uma passarela, uma larga faixa listrada em branco e preto, para proteger os pedestres.
Os carros têm que obedecer ao semáforo, aqui em São Paulo, farol. No Jabaquara, neste cruzamento não tem farol de pedestres, cada um que se vire do seu jeito.
Rua dos Jequitibás. Cruzada a avenida, mais calçada, só que desta vez lotada, de gente, de lixo, de ambulantes, e de barulho (se é que barulho lota algo).
De longe, mas não muito um Terminal Rodoviário. Depois dele um enorme buraco.
Será o fim... Não, é a Estação Jabaquara do metrô. Ou será o início?

4 comentários:

  1. Olá meu caro, parabéns pelo seu texto, gostei bastante de como vc emprega as palavras, e descreve as coisas que vê..... Abraços

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  2. Ler seu texto é como andar pelas ruas do velho e bom 'Jabá'! Parabéns!

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Obrigado pelo comentaário!!!