27 de jan. de 2010

PARABÉNS SÃO PAULO!!!

Hoje foi aniversário dela! Mas o que poderia lhe dar de presente?
Ela, que tem sido tão maltratada e nunca reclama. Leva a culpa por tudo e jamais se defende, mesmo não sendo culpada.
Se alguém comete um crime, ela é que é violenta. Se cometem atos de vandalismo, ela é que é emporcalhada. Se chove, ela que não tem escoamento d’água. Se o trânsito para, ela não tem transporte público de qualidade. Enfim para qualquer coisa ruim que façamos, ela é que sempre leva a má fama. E nunca reclama!
Todos vêm a ela procurando por algo, dinheiro, fama, sucesso, tratamento de saúde, trabalho. Mas o que lhe oferecem em troca? Lixo, barulho, descaso, medo.
O mais louco de tudo isso é que mesmo assim, ela nos retribui com diversidade, cultura, gastronomia, tecnologia e acolhimento. Todos são bem vindos, de qualquer canto do país ou do mundo. Isso é que é exemplo!
Têm até os que usam e abusam do seu nome, batizam suas empresas, times de futebol, clubes e até canções.
Eu, nascido nela, sempre que posso a defendo com unhas e dentes, mas se preciso criticar não me faço de rogado, me sinto no direito, pois a amo demais!!!
Depois de uma declaração de amor desta não preciso dizer mais nada... só... FELIZ ANIVERSÁRIO SÃO PAULO!!!

21 de jan. de 2010

1988

1988. Foi quando comecei a ousar meus primeiros acordes. Quanta ansiedade! A pressa de que logo aquele ruído se torne música, por um lado era bom porque instigava a treinar mais, por outro era desesperador porque até que saísse uma música levava uma vida.
Não queria tocar coisas antigas, ou sertanejas, isso meu avô já fazia. Então o importante é que as músicas fossem novas e mais importante ainda, fáceis de tocar.
Sorte que o rock nacional estava no auge, e as músicas não eram tão difíceis.
Estava na 8º série e prativa quase todos os dias. Meu primeiro sucesso executado inteiro foi "Envelheço na Cidade" do Ira, seguido por Titãs, Legião... até uma banda que acabara de lançar um som que pra mim traduzia meu sentimento por São Paulo, a homônima do 365.
Um sentimento jovem e intenso, como a cena do Rock Brasil.
Que me perdoe o Caetano mas "Sampa" é São Paulo pra ele, eu nunca achei nossas meninas deselegantes.
Viva o 365!!!

SÃO PAULO

365

Tem dias que eu digo não
Inverno no meu coração
Meu mundo está em tuas mãos
Frio e garoa na escuridão
Sem São Paulo (ôôô)
O meu dono é solidão
Diga sim, que eu digo não
Sem São Paulo...

Quem é seu dono?
Ninguém. São Paulo.
Desperta, São Paulo...

VENHA ATÉ SÃO PAULO

VENHA ATÉ SÃO PAULO

Itamar Assumpção

Venha até São Paulo São Paulo tem Socorro, tem Liberdade, tem Bom Retiro,Tem Esperança, tem gente e mais gente, cabe,Invade, São Paulo tem muitos santos espalhadosPelo Estado, tem São Judas, São Caetano, SantoAndré, tem São Bernardo, tem São Miguel, SãoVicente, do outro lado tem São Carlos, tem santoQue nem me lembro, São João Clímaco, Santo AmaroE a Capital São Paulo, tem o largo de São Bento noCentro e no litoral tem Santos. Há santas tambémÉ claro, Santa Efigênia, Santana, Santa Cecília,Tem Santa Clara...Venha até São Paulo ver o que é bom pra tosseVenha até São Paulo dance e pule o rock and rushEntre no meu carro vamos ao Largo do AroucheLiberdade é bairro mas é como Japão fosseVenha nesse embalo concrete fax telexIgreja Praça da Sé faça logo sua preceQuem vem pra São Paulo meu bem jamais esqueceNão tem intervalo tudo depressa aconteceNão tem intervaloVai e vem e tchan e tchun e eta sobe desceGente do Nordeste, do Norte aqui no SudesteBatalhando nesse mundaréu de mundo que só cresceSó careceVenha até São Paulo relaxar ficar relaxTire um xerox admire um triplexVenha até São Paulo viver à beira do stressFuligem catarro assaltos no dia dez.

20 de jan. de 2010

TERMINAL RODOVIÁRIO DO JABAQUARA

Rodoviária de Jabaquara por portelacs3.

Foto extraída do Flicr de Portelacs3 de 18 de outubro de 2009.

OLHARES

Casa. Portão de ferro, fechadura, chave, trinco.
Rua: Apacê. Pé na calçada de cimento, olhando pra baixo, buraco, poste, cimento, buraco, poste, buraco, cocô, matinho, árvore, guia sarjeta.
Olhando pros lados, não vem carro, asfalto áspero, buraco, asfalto macio, buraco tapado, outra sarjeta, outra guia, outra calçada.
Olhando pra frente, casas, comércios, postes. Olhando pra cima, nuvens, o sol, fios que se cruzam e se embaraçam, alto dos postes, prédios baixos, prédios altos, prédios pequenos, prédios grandes, sombra.
Mais a frente, poste e esquina.
Avenida Engenheiro George Corbisier. Uma avenida e carros, separados por faixas brancas e uma ilha no centro com árvores e um guard rail. Do outro lado mais carros no sentido oposto também separados por faixas brancas. Atravessando os dois sentidos, como uma passarela, uma larga faixa listrada em branco e preto, para proteger os pedestres.
Os carros têm que obedecer ao semáforo, aqui em São Paulo, farol. No Jabaquara, neste cruzamento não tem farol de pedestres, cada um que se vire do seu jeito.
Rua dos Jequitibás. Cruzada a avenida, mais calçada, só que desta vez lotada, de gente, de lixo, de ambulantes, e de barulho (se é que barulho lota algo).
De longe, mas não muito um Terminal Rodoviário. Depois dele um enorme buraco.
Será o fim... Não, é a Estação Jabaquara do metrô. Ou será o início?